Literatura de sanita.

Sempre fui mais de ler revistas de especialidades. Revistas de computadores, de carros, motas, jogos e consolas, algumas do mundo da biologia e geologia e, em seu tempo, bastantes de electrónica. No outro dia estava no cabeleireiro onde geralmente vou e comecei a ver as revistas que tinham por lá. Via-se perfeitamente que é um cabeleireiro apenas de homens pois só tinha revistas de carros e desportos de combate. E ainda por cima tudo números recentes acabados de sair da editora. Era impressionante, mas causou-me um problema. O problema que causa esse tipo de literatura é que nos deixa ainda mais deprimidos. Se eu estou a ler um artigo com um comparativo entre um Ferrari Enzo, um McLaren F1 e um Lamborguini Gallardo, vou ficar stressado porque quero ter pelo menos um e de certeza que quero prová-los a todos e aindamais certeza tenho que não enho dinheiro para nenhum. Quando leio sobre o novo BMW M3 e quais as suas diferenças para o M5 e o M6 e que tal está de comparativa com o Audi RS4 ou o futuro RS6, é obvio que desejo poder compra-lo ou a qualquer um dos seus rivais. O mesmo se passa com a merda dos computadores e os novos Quad Core e as placas graficas mais rapidas. Ou com as consolas e a espectativa de quando a PS3 vai baixar de preço e quando é que vão arranjar chips para ela. Ou as máquinas fotográficas caríssimas e as lentes dos mais variados tipos que conseguem ser muito mais caras. Ou o desporto e esses gajos que sao como uns deuses e anda um gajo a trabalhar para ter um corpo daqueles e nem que nos matemos 24h no ginásio o conseguimos. Ou... Ou... Ou... É um stress, e isso sim é que é a verdade.

É por isso que a pouco e pouco, ao lado da minha sanita, as revistas de especialidades irão sendo substituidas, ou pelo menos irão coexistir com revistas do coração. Sim, essas Marias, Hola!, Caras, etc.
Com todos os problemas e stresses que temos no dia a dia, haverá coisa mais relaxante que ir à casa de banho mandar um fax e ir lendo as perguntas sobre sexo da revista Maria? Quando estamos no dentista temorosamente à espera que nos chamem para esburacar os dentes, haverá algo melhor que ler sobre as possiveis traições do David Beckam? Pois eu cá acho que não.